A EDUCAÇÃO ESCOLAR NA FORMAÇÃO DO NOVO TRABALHADOR NO CONTEXTO DA CRISE ESTRUTURAL DO CAPITAL
Resumo
A partir da década de 1990, os organismos multilaterais orientaram reformas administrativas e educacionais como saída para a crise econômica que vinha se arrastando desde os anos de 1970. Os países, sobretudo os da periferia do capital, realizaram ajustes fiscais, privatizações, redução de gastos com os serviços públicos, reformas nas legislações trabalhista e previdenciária, dentre outros. A educação passou a assumir a função de responsável pela reestruturação da economia e o desenvolvimento social, mediante a tarefa de formação de capital humano requerida pelo modo de produção toyotista. Este artigo objetiva analisar a educação escolar na formação do novo trabalhador no contexto da crise estrutural do capital. Apoia-se no materialismo histórico-dialético, o qual analisa o fenômeno levando em consideração a totalidade social. Fundamenta-se em um referencial marxista, a partir de Mészáros (2011), Chaves (2014) e Paniago (2021) ao tratar sobre a crise estrutural do capital; Shiroma, Moraes e Evangelista (2011) para discutir a respeito das reformas educacionais; Saviani (2013), Rabelo e Leitão (2015), Freres e Rabelo (2015) para aprofundar a reverberação da crise estrutural do capital na educação. As conclusões apontam que mediante as orientações dos organismos multilaterais o campo educacional é utilizado como meio de preparação de capital humano para suprir as demandas mercadológicas, impostas pelo capital em crise estrutural; o Estado oferta formação precarizada, vinculada a conteúdos básicos mensurados pelos sistemas de avaliação padronizada; na sociedade capitalista, o acesso ao patrimônio cultural elaborado historicamente pela humanidade está sendo negado aos estudantes.